Os possíveis problemas que todos passam nos primeiros meses de trabalho (e ainda os cuidados que as empresas têm que ter para garantir um bom começo dos novos colaboradores!)
Diferente do que se pensa, ou se espera, os primeiros meses de trabalho em uma empresa são os mais difíceis, apesar da novidade que é uma situação muito bem-vinda e revigorante.
Porque tudo é novo e ainda dentro de um ambiente e com pessoas que não sabemos como vão reagir à nossa entrada. E nem sempre eles são acolhedores à primeira vista. Temos que nos preparar para isto para não sentir de imediato uma ponta de frustração e desencanto. Estamos falando do contato inicial com o clima e cultura do local que estamos entrando. Além disso, e tão importante quanto, é a adaptação ao trabalho, aos desafios novos, à gestão e aos colegas. Tudo isto gera muita ansiedade e medo. De não dar certo ou da nossa expectativa não ser atingida.
Sempre que participamos de uma seleção para um novo lugar e cargo, carregamos conosco um percentual de dúvida e/ou de risco que faz parte de qualquer decisão. Podemos acertar, mas podemos errar. A tentativa é válida e cada pessoa tem seu grau de capacidade de lidar com o risco, com o incerto. Isto vale para as empresas também. Portanto é uma situação de estresse até que tudo se ajuste: você à empresa e ela a você, valendo igualmente para os dois lados e ambos têm que se esforçar para dar certo, pois é esse o objetivo, não é?
Nesse sentido, vale à pena ficar atento para evitar alguns problemas nesse início de trabalho e o que vemos mais comumente são, primeiro falando da parte da pessoa contratada:
– “entrar com tudo” no sentido de não dar um tempo para sentir a cultura, os hábitos, os procedimentos, etc. Temos que entrar com muita energia e disposição sim, mas ter a sabedoria para identificar a hora certa de poder expor mais suas opiniões, ideias, críticas, estilo pessoal, etc.
– ou, ao contrário, ficar passivo demais esperando que tudo venha à sua mão, entendendo que a obrigação toda fica na mão do seu novo chefe. Com certeza dele depende boa parte de um bom começo do novo colaborador, mas este tem de demonstrar sua fatia de iniciativa e interesse, sem abusos, como dissemos acima.
– mostrar excesso de abertura, querendo conhecer todos e mostrar que é bacana e amigo, o que te fará gastar mais tempo com conversa do que trabalho. O foco inicial é na conquista, portanto, procure primeiro deixar uma boa impressão e confiabilidade, para depois sair estabelecendo algumas relações de parceria de trabalho e coleguismo.
– achar que uma vez dentro, seu futuro ali está garantido. Erro grasso, pois a conquista e permanência de um profissional numa empresa ou outro tipo de ambiente de trabalho no local de trabalho é gradual, diária e cumulativa.
– e uma dica sobre um erro que pode prejudicar qualquer pessoa de imediato: entrar na sintonia de pessoas que se aproximam para falar mal da empresa, dos chefes e das pessoas. Esta é uma grande armadilha! Olhe por si mesmo e depois faça suas conclusões, mas nunca as externe no ambiente de trabalho. Nunca!
– e outros…..
E agora da parte da empresa:
– antes da entrada, selecionar alguém que sabemos de antemão não dará certo pelo estilo pessoal e profissional e diferenças culturais.
– oferecer mais e fazer promessas (desafios, autonomia, oportunidades, etc.) na hora da atração, e aí o novo integrante percebe na entrada que a situação é e será bem diferente do apresentado. Frustração na certa e uma potencial saída deste numa primeira oportunidade.
– não acolher o colaborador de forma integrada, para dar-lhe segurança e ânimo numa fase tão delicada e de grande ansiedade. Isto depende da área de RH, do gestor imediato, da equipe envolvida e da cultura da empresa em geral.
– área de RH não acompanhar como está sendo a integração do novo funcionário à área, ao gestor e à empresa. Isto é imprescindível nos primeiros seis (6) meses para a maioria, e um (1) ano para cargos de gestão.
– trazer “estrelas” com carta branca e que ao entrar no cenário terão algumas portas fechadas pela própria cultura, demais pessoas e relações de parceria.
– entre outros.
Dar mais atenção à chegada de uma nova pessoa numa organização é algo muito mais complexo e trabalhoso do que uma simples atividade de integração. Digo que boa parte do sucesso de uma contratação e preenchimento de vaga depende de um começo bem cuidado. E não é nada difícil de ser buscado, tanto da parte de quem entra, quanto da de quem recebe.