As empresas precisam repensar seu modelo de gestão, especialmente no
tocante a pessoas, relações de trabalho e ambientes profissionais.
O discurso é antigo, mas o exercício dessa intenção precisa ser aceito e
tratado de forma prioritária, como outros assuntos empresariais.
Alguns posicionamentos são recorrentes quanto à impossibilidade ou
dificuldade de se falar em gestão estratégica de pessoas quando há um
mercado fraco, um cenário nebuloso ou um desequilíbrio na equação custo x lucro. É
preciso que se esclareça que fazer gestão de pessoas e lideranças com mais empenho e
crédito é uma escolha que transcende aos momentos de crise, fartura ou de transição que
permeiam os negócios em suas histórias.
Gestão de pessoas com veia estratégica e agregadora deve estar inserida na cultura e ser
tratada de forma natural, continuada e respeitada no contexto estratégico. Mudar o
pensamento de que fazer gestão de pessoas seja a parte mais indigesta da gestão: difícil,
polêmica, pouco atrativa e cara. Há uma falta de conhecimento sobre isto.
Parte dessa falta de visão é fruto de culturas que precisam se renovar: será necessário um
esforço coletivo para quebrar alguns paradigmas antigos que estão sendo, ainda, o grande
entrave para a verdadeira evolução.
O assunto transformação da cultura está nas mãos da área de RH: temos que sair do foco
anterior de ser entendedores do comportamento humano para especialistas em cultura,
lideranças, desempenho e resultados através de pessoas bem colocadas, bem tratadas e
reconhecidas, estimuladas e capacitadas para adotarem posturas diferentes das que foram
habituadas dentro do contrato tradicional de trabalho. Temos que saber nos posicionar
para essa missão e ter muito trânsito e respeito em todos os níveis da organização.
E nunca perder de vista nosso foco de origem: servir ao negócio para seu crescimento,
preservando a busca do senso humano e ético das relações de trabalho.