Quando olhamos para a maior parte das organizações vemos um aspecto que se repete: o de que elas continuam a trabalhar no gerenciamento daquilo que é conhecido e seguro. Poderiam me perguntar: em tempos difíceis isso já não é bom demais? Não e, além disso, vemos acontecer de forma constante em tempos melhores.
Trabalhar com solidez, segurança, pé no chão, austeridade, tudo isso é importante na gestão do negócio. Aliás, ter foco para manter atitudes e métodos para garantir isso é essencial. Garante que o negócio sobreviva e passe, de forma equilibrada, por alguns tipos de crises trazidas pelas ondas de retração, intercaladas com o também crescimento sazonal.
Minha atenção aqui é para a gestão do conhecido, do seguro, do que está dando certo (aparentemente, ou sob alguns prismas somente), do estabelecido e do mais fácil de lidar. Isto é o que cria condições de uma eterna dependência ao que damos conta de fazer e o que nos garante o sucesso que sempre tivemos.
O mundo vem falando em mudança, aquela que trará novos movimentos para a geração de melhores resultados. Quando trabalho o tema em aulas e palestras falo da mudança de paradigmas e cito o nosso velho conhecido: “em time que está ganhando, não se mexe”. E se as empresas ainda estiverem baseando a sua gestão em crenças como estas, serão atropeladas em alguma hora por falta da sabedoria de entender os sinais e se adiantar em mudanças que precisam ser feitas para que o susto não venha mais tarde. Isto vale para épocas de crise e principalmente nelas.
Falando em gestão de pessoas: se continuarmos a manter políticas e práticas da forma que sempre fizemos ou achamos que é certa, para não dar tanto trabalho e gastar mais, teremos muitas surpresas à frente. E não serão boas.
As relações de trabalho, os valores das pessoas e as exigências com a liderança mudaram. E os resultados buscados são cada vez mais amplos e complexos. Não dá para conquista-los fazendo o que sempre fizemos, na maior parte dos casos. A reinvenção ou a adaptação precisa ser rápida e certeira.