Transforme seus relacionamentos

 

Relacionamento é uma ação e uma intenção muito pouco cuidadas e avaliadas, especialmente no âmbito do trabalho. Relacionamos o tempo todo e em todas as instâncias, mas não paramos para analisar como é a qualidade dele e se o estamos fazendo bem feito. As relações são a base do convívio humano e as interações boas ou ruins advindas delas, determinam muitas vezes a nossa caminhada e as nossas oportunidades ao longo da vida.

Um dos pilares da empregabilidade, tema este muito discutido nos últimos tempos e atrelado a outro de mesma importância, que é a autogestão das nossas carreiras, é exatamente o fator relacionamento. Só que muito focado no aspecto de ampliação da rede de relacionamento, para se tornar alguém conhecido, visto e presente em todos os espaços possíveis, e que um dia nos indicará para algo.

Com certeza isso é importante sim e colabora para o surgimento de oportunidades. Mas quero falar aqui do aspecto da gestão dos relacionamentos, ponto importante que precisamos analisar com seriedade, mente aberta e foco na transformação. Algumas pessoas trazem a competência do relacionamento como algo natural em seus perfis. Isto é ótimo!

Mas talvez a maioria não tenha essa habilidade e tampouco se preocupa em desenvolvê-la. E olhem, é importante que se faça a seguinte reflexão sobre o que eu estou querendo falar aqui: ter colegas, ser conhecido, estar muito tempo num mesmo lugar, ser requisitado o tempo todo por grupos e pessoas, não quer dizer que você tenha a competência do relacionamento. Você até pode ser bem relacionado, mas não necessariamente um mestre na arte de ser relacionar.

Acompanhando as pessoas e suas interações, vejo que há uma tendência dos indivíduos se assegurarem em núcleos que eles conhecem e ficam à vontade, excluindo-se de imediato da possibilidade de abrir espaços para novos conhecidos, novas relações, novas fontes de troca e novas chances de conhecer pessoas e suas histórias que farão muito bem a elas.

Poucas pessoas mostram disponibilidade para esse movimento. Antes mesmo disto: vejo que as pessoas nem buscam a possibilidade de dentro das relações que já têm, mudar a forma de como estas têm se apoiado ao longo dos tempos. E o quanto elas têm feito bem ou mal às nossas vidas e escolhas.

Complicado, hein Bia? O que eu estou querendo dizer é: se relacionamento é base do convívio humano e nos relacionamos 24 horas; se em todas as descrições de cargo e requisitos de vagas busca-se pessoas com capacidade de relacionamento; se hoje pessoas são demitidas quase que 100% pelo comportamento e não por falta de capacidade técnica; se o item relacionamento é um dos pilares da nossa empregabilidade interna e externa; e se as relações profissionais são calcadas em relacionamento e parceria, é preciso que avaliemos melhor como estamos nos relacionando no dia a dia.

E não é só para conseguir emprego e trabalho; para ser convidado para muitas festas; para ser visto como modelo de simpatia ou de camaradagem; para ter milhares de curtidas e fãs nas redes sociais. Não, é para formar a estrutura do nosso perfil pessoal e profissional, aquele que será sempre analisado, observado, copiado, valorizado, hoje compartilhado e seguido como modelo. Para estabelecer a nossa marca. A nossa, não a do lugar onde estamos ou do grupo que convivemos. Estamos falando aqui de autenticidade. E esta postura conta muito, em vários aspectos.

Minha proposta é que, em primeiro lugar, e sempre, até porque a revisão de algo prevê uma reflexão e diagnósticos para subsidiar os nossos passos de mudança, façamos um balanço de como temos conduzido nossas relações, desde o momento que, como adultos, nos responsabilizamos pelo que somos e para onde vamos.

E sem dramas, culpas e remorsos, mas com o espírito aberto, possamos melhorar a competência de se relacionar com nossos empregadores, gestores, pares, liderados, parceiros, colegas de profissão, conhecidos, pessoas novas que encontramos num propósito comum, pessoas que têm vontade de estar perto de nós, talvez apenas para dizer: “sabe que te admiro muito!”.

Expandamos as nossas rodas de relacionamento: nunca feche a possibilidade de a todo dia encontrar uma nova fonte de relação, de troca, de conhecimento e de aprendizado. Quando formos a um evento, por exemplo, que tenhamos a capacidade de sair da nossa roda de conhecidos e entrar em outra, simplesmente pela possibilidade e surpresa de conhecer boas pessoas. Isso é muito bom! Relacione-se mais e colha as dádivas que virão nessa caminhada. Teremos com certeza gratas surpresas e cresceremos como seres humanos e profissionais.

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