Falar da fofoca no ambiente de trabalho é algo necessário, mesmo que não seja a coisa mais confortável de se ouvir. Fofoca é nociva – para a vítima, para quem a pratica e para a empresa.
Existe algum ambiente organizacional que seja livre de fofoca e boatos? Não. É sadio e agrega alguma coisa ao nosso pacote de competências e à nossa empregabilidade? Não (bem redondo!). Então por que tanta gente perde tempo com isto e ainda faz disto o seu grande papel nas organizações?
Lendo, vivendo e analisando o ambiente das organizações por tantos anos, me permito dizer que fico ainda abalada quando vejo as pessoas jogarem sua imagem pelo ralo pelo simples fato de terem adotado uma prática desgastante e pouco ética de viver da fofoca do seu ambiente de trabalho.
Os especialistas em comportamento nos ambientes organizacionais recomendam que as pessoas evitem completamente dar margens a determinados comentários que em nada acrescentam valor ao seu desenvolvimento. Aliás, eles vão mais longe: além de não fazer a fofoca, evitem andar com pessoas desse tipo, pois mesmo o que não compartilhe de suas fofocas, será tachado igualmente como eles. É a velha máxima “diga-me com quem andas e lhe direi quem és”.
Falar dos outros é mais antigo do que a invenção da roda. Só que com a evolução do ser humano e das relações pessoais e profissionais, o sentido de algumas posturas está mudando, e muito. As organizações têm voltado seu foco para perfis profissionais onde a parte comportamental tenha mais peso do que o conhecimento técnico e a experiência. Com isto, as pessoas terão que se ajustar a ele caso queiram ter lugar e espaço nos próximos anos.
Eliminar a fofoca no ambiente de trabalho é utopia? Acho que sim, mas criar uma consciência de que ela é danosa principalmente para a própria pessoa que faz e ao gestor que a representa, isto pode e deve ser feito. Infelizmente muitos líderes fazem vista grossa, ou acham que o simples fato de ignorá-las fará com que cesse o falatório, o que raramente ocorre. É papel do líder/gestor conter este tipo de prática danosa e imatura no ambiente de uma empresa.
Todo mundo diz que as pessoas no ambiente de trabalho formam uma família, afinal passamos mais tempo na empresa do que dormimos ou passamos com nossos familiares. Mas como em toda família, sempre tem aqueles que conturbam o ambiente, independente do motivo que os levam a isso. Só que na dá para levarmos a informalidade de um âmbito familiar para uma empresa, pois esta exige postura, educação, cuidados e comportamentos diferentes. A empresa não pode ser a “casa da sogra” ou da “mãe Joana”. O que você faz na sua casa, na sua roda de amigos, na sua rua ou no clube, quase sempre não dá para fazer na sua empresa.
Geralmente a fofoca parte de pessoas com baixa autoestima, com necessidade de dividir e conquistar grupos e necessidade de autoafirmação. Dizem que profissionais que criam, fazem ou transmitem fofocas, boatos ou ficam falando mais do que devem, são pessoas menos competentes, desconfiadas e que se valem dessa prática, acreditando que terão seu futuro garantido na empresa. Será que funciona?
A sabedoria, o bom senso, a boa educação e a bíblia profissional atual dizem que ninguém deveria fofocar no ambiente de trabalho, e ponto final.
Deixe a fofoca de lado e pratique bons hábitos de relacionamento, aqueles que poderão te levar para cima e não para baixo.
Fontes: textos/matérias dos autores Alexandre Freire, Max Gehringer, Júlio Sérgio Cardozo e Dalmir Sant Anna.