O tangível e o intangível

*Inspirado nas visões de dois gurus brasileiros da gestão contemporânea – César Souza e Eugênio Mussak.

Já não é novidade falar sobre mudança. Ouvi ou li há poucos dias que vivemos uma das fases mais extraordinárias de mudança nos últimos quinhentos anos. E quem falou acrescenta: “não estamos numa época de mudança. A mudança é a nossa era.”

Dizem que o ser humano detesta mudança. Muito se trabalha para que as pessoas passem pelos processos de mudanças, quebrando suas resistências. Não é um exercício fácil. Podemos não gostar, mas precisamos entendê-la, já que estamos 100% envolvidos nesse cenário.

Um dos aspectos importantes que quero retratar nesse texto é sobre o pensamento a respeito da velha e da nova forma. A velha forma de pensar, agir e investir, para as novas formas de olhar para o crescimento e a evolução. Empresas, dirigentes, líderes e pessoas precisam expandir os seus caminhos e rumos não se contentando mais com o básico, a obrigação. Estamos na era da diferença. E o que já faz a diferença nas empresas é a parte intangível. Para os profissionais não é diferente.

Estamos vivendo a passagem do mundo tangível para o intangível. O tangível das empresas e profissionais é a obrigação. O que o diferenciará será o intangível. Falamos muito da gestão de competências nos últimos 20 anos, embora seja um assunto ainda não digerido em muitas realidades empresariais. Fala-se hoje que somente a competência não é mais suficiente para que o profissional ganhe destaque no mercado atual, pois é o mínimo que se espera de qualquer profissional. Hoje esse status já tem outro nome: a metacompetência. Esta é a palavra de ordem no mercado de trabalho.

Os diferenciais competitivos que o negócio hoje busca são pessoas capazes de transformar problemas em soluções, adversidade em oportunidade e olhares voltados a relações construtivas, sinérgicas e colaborativas. É o surgimento de uma nova era nas relações empresarias onde o perfil profissional será um fator de relevância competitiva e não somente o escopo tangível do portfólio de carreira: formação, experiência, especializações, resultados, etc.

O conceito da metacompetência, aplicado a esse cenário que estamos discutindo, é o de que ele vai além da competência. É a característica que faz os profissionais tornarem-se essenciais em suas funções, e insuperáveis naquilo que fazem. O mesmo podemos pensar para as empresas. Se ter competência foi por anos um medidor de talentos, hoje por si só não promove o fator diferencial competitivo

De acordo com um desses dois autores que citei, há, hoje, uma nova noção de competição e a competitividade se dá por competências diferenciadas ou metacompetências, e não apenas por fatias de mercado. Enquanto você compete com uma empresa do seu setor por mercado, também está competindo com empresas de outros setores por talentos ou por investimentos.

Metacompetência não deve ser entendida como uma competência a mais, e sim como o encontro sinérgico entre vários tipos de competências, sendo esta a condição para que resultados admiráveis sejam atingidos, de maneira sustentável.

Há pessoas capazes de competir, estas são competentes, e há pessoas capazes de construir novos cenários – estas são metacompetentes.

Eugênio Mussak.

Também há negócios que sabem que o tangível sustenta, mas o intangível é o que diferencia e perpetua o sucesso.

 

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