Os cenários não estão bons: todos sabemos e estamos vivendo, individual e/ou coletivamente, os reflexos disto. Os ânimos estão baixos, as pessoas incrédulas e as perspectivas fragilizadas. Não há o que se diga que faça as pessoas darem um crédito e tomarem força para continuar.
Difícil para mim, que trago sempre um discurso positivo e alentador, contribuindo para que as pessoas possam direcionar o seu olhar de forma transformada. Está pior agora.
Mas eu não posso mudar o meu jeito e eu preciso, inclusive para minha luta profissional e pessoal, acreditar que as coisas terão que melhorar, obrigatoriamente. O curso da história nos mostra que não será diferente. Só não sabemos quando e de que forma. E como seremos beneficiados, ou menos maltratados, nisso tudo.
Pronto: isso é o máximo que a minha veia indignada consegue manifestar. Não sei lutar dessa forma, mas sei contribuir com visões que ajudem as pessoas a pensar de forma diferente; a se permitir olhar por outro viés.
Querendo ou não, o momento está forçando que saiamos da forma conhecida e dominada, para uma adaptada e renovada. Cada um está vivendo seu caos particular e participando, em paralelo, da ansiedade coletiva quanto aos rumos futuros do nosso país, das nossas empresas, da nossa comunidade, do nosso núcleo familiar, do nosso… (pessoa).
É tempo de buscar adaptar-se a essas incertezas e inconstâncias. Mais do que nunca, esse discurso que antes parecia distante de nós e apenas assunto de revista de RH e treinamento comportamental, agora passa a fazer parte da nossa vida, literalmente.
É hora de refletir, de rever e preparar novas competências e fontes de contribuição; é hora de se despir de paradigmas e crenças sobre o que você pensava ser o ideal; é momento de buscar habilidades que você com certeza já têm e transformá-las em oportunidades. É hora de ouvir essas palavras com menos ceticismo.
O recomeço, a retomada, a reinvenção vai ser o mote de todos: empresas e seus administradores; profissionais encaixados ou em busca de espaços; consultores e aconselhadores de carreira; estudantes e novos profissionais; professores, mestres e instituições de ensino. Ninguém será poupado da necessidade de fazer diferente o que sempre foi feito. As empresas estão na luta para sobreviverem de forma racionalizada. Nós, profissionais, devemos conduzir a nossa luta de transformação para estar aptos e disponíveis a acompanhar o processo de mudança e os desafios advindos dele.