A cada oportunidade que tenho de estar com pessoas nas empresas, palestras, aulas e nos debates que participo, procuro avivar um ponto que também pouco é falado e estimulado no dia a dia da relação de trabalho: o de admirar o outro por aquilo que ele demonstra ser, realiza e faz de melhor, dentro da sua maior doação e entusiasmo com o trabalho que exerce e as pessoas que convive.
A cultura positiva do elogio não é um assunto novo, mas também não é praticado no grau que deveria ser, sabendo-se que esta é uma das ações importantes no processo da liderança no reconhecimento e valorização de pessoas. Mas o que eu quero focar aqui é mais do que um elogio por algo realizado e que trouxe resultados para a empresa. É a proposta de que as pessoas passem a prestar mais atenção em pessoas ao seu redor para buscar nelas uma competência, no mínimo, que a elas pareça especial. E fazer uso disso, no sentido de se espelhar nesse exemplo para sua caminhada.
Dificilmente vejo pessoas pararem, no dia a dia corrido, para dizer às outras o quanto elas a admiram por alguma habilidade, capacidade ou virtude demonstradas. E dizer a elas que gostariam de ser assim ou de poder também, na prática, adotar a mesma postura para conseguir melhores resultados em suas vidas. Vi e vejo isso acontecendo somente em algumas dinâmicas aplicadas em treinamentos de motivação, relações interpessoais ou liderança, mas sempre de forma direcionada e não genuína. Não é o suficiente e a intenção acaba ficando naquele momento. Não há estímulo para que isto seja introjetado como um bom hábito.
O exercício de olhar para as competências do outro e buscar nela inspiração para uma mudança ou aperfeiçoamento de uma postura ou comportamento, é algo que deve ser tratado nos processos de desenvolvimento; integração; formação de times com sinergia; motivação; liderança por modelos e outras ações que envolvam o sério propósito de desenvolver pessoas para um ambiente organizacional maduro e sinérgico.
Acredito piamente nisso, sendo, para mim, um dos maiores pilares no despertar dos papéis de liderança que precisam ser urgentemente aprimorados. Venho falando em modelos e referências, e de que a minha premissa é que as pessoas se desenvolvem através dos modelos que têm perto, podendo ser eles positivos ou negativos. O impacto é o mesmo, infelizmente. A opção pode ser nossa.
Se queremos, e precisamos, melhorar a qualidade das pessoas e profissionais que temos em nossos quadros, devemos começar a pensar não só nas competências que temos mapeadas como vitais para o negócio e para a construção de um ambiente profissional maduro e saudável, mas também nas pessoas que as detém e que podem ser os nossos multiplicadores internos de boas atitudes: não só para serem citados como profissionais destaque, mas também para serem mestres nas virtudes que desenvolveram por seu esforço, visão e apoio que tiveram. Verdadeiros mentores de atitudes positivas e construtivas, aquelas que trazem resultados que perpetuam.
Competências diferenciadas não podem ser desperdiçadas em épocas de escassez de modelos de liderança, ética, adequação, sabedoria e comprometimento. De valores profissionais e pessoais que as pessoas reconhecem e querem seguir. Sem este sentido, não existem propósitos que atraiam as pessoas para serem os “donos” daquilo que precisamos preservar e cultuar: o nosso negócio, nosso patrimônio, nosso legado. Na era da inteligência emocional, posicionamentos adultos e compromissados valem ouro! E formam bons propósitos, intenções e resultados para o futuro.