O NOVO, DA VELHA FORMA….

A questão da mudança nos acompanha como uma sombra, dia e noite, porque é algo que está sendo imposto, podemos assim dizer, quase que diariamente. O mundo só fala nisso e quem não está ou esteve em processo de mudança se sente fora de contexto. Não estou aqui questionando ou reforçando isto, mas que é um fato, é. Discurso de um mundo capitalista ou de um time de frenéticos que só olham para carreira? Acho que não, pois embora a proposta de mudança esteja sendo mais vendida atualmente e de forma direta em todos os canais, a ideia de mudar, melhorar, crescer e evoluir sempre esteve dentro de nós. Sempre.

Quando pensamos em nos preparar para mudar, sempre partimos de algo mais palpável, ou melhor, mais fácil de ser buscado e perseguido por nós. Deixa eu me explicar: mudar não é nada fácil e em nada, mas existem alguns pontos dentro de nós ou ao nosso redor considerados mais superficiais e que podem ser transformados mais rapidamente. O difícil é mudar posturas, atitudes e comportamentos, assim como posicionamentos, hábitos e visões rígidos que têm sido nocivos a nós mesmos e a outros. É a parte mais difícil, mas a que precisa ser revista. Para nossa sobrevivência e a de quem convivemos e compartilhamos aspectos de nossas vidas. Não adianta: pensamento egoísta e exclusivista não combina com os novos tempos. O foco hoje é no coletivo, no ganha-ganha, no espaço que existe para todos, no compartilhamento e no bem que favorecerá a sobrevivência da humanidade e do globo.

O que falei acima vale para nós como pessoas, e vale para as empresas também, que é sempre o nosso cenário aqui de estudo e análise. Quando ouço as empresas falando em mudança, só vejo isto sendo feito, geralmente, na parte estrutural, tecnológica e afins. Não digo que isto não seja importante, necessário e louvável: claro que é! Mas digo que não é só isso e que elas precisam estender seu olhar de prioridade para outros fatores também. Senão não se consolida como mudança completa, aquela que se faz da base (aspectos elementares e essenciais) ao topo (aspectos estratégicos de mudança de patamar).

Sinto-me repetitiva no meu discurso, mas me sinto na obrigação de falar, como uma contribuição para que empresas, dirigentes, profissionais e RH’s possam repensar a forma e partir para mudanças concretas. Mudar de verdade dá trabalho? Sim, dá, para todos. Ninguém escapa, mas só assim os resultados vêm e ficam. E se traduzem em bons exemplos, em perspectivas verdadeiras, em esperança e em comprometimento. Pessoas só se comprometem com algo que enxergam ser verdadeiro. Responsabilidade e comprometimento são atitudes diferentes. Nem sempre quem está sempre presente e faz, está comprometido de verdade.

E mudar verdadeiramente requer que nós possamos nos despir de velhos hábitos, costumes, maneiras e formas que aprendemos e sabemos. Eles nos confortam porque é seguro, nós conhecemos. O arrojado e corajoso é mudar mesmo na incerteza, na insegurança e no medo. E perseguir no caminho dela por saber ser necessária para você, para um coletivo. Esses sentimentos existem e nos pregam no chão. Faz parte também do processo de mudança vencê-los. Não estou aqui propondo mudança de forma irresponsável e impensada. Não: tudo na vida tem que ser estruturado e planejado. Para se ter a chance de dar certo.

Termino meu raciocínio sobre o tema por onde comecei: o título. Uma vez ouvi isto de um profissional sábio que me ajudava a entender meus anseios, minha vontade de mudar, minhas frustrações e minhas inseguranças. Trabalhei muitos anos nessa caminhada da autopercepção e foi desse terapeuta que ouvi pela primeira vez essa sábia conclusão: é fácil fazer algo novo, de uma velha forma conhecida nossa. Isto não é mudar. Podemos estar mascarando ou adiando a mudança. O corajoso e, digo novamente, necessário, é mudar trazendo uma nova forma de pensar, de agir, de se relacionar e de ser, para si e para o coletivo. Vejo pessoas, empresas e quaisquer outras representações que estamos e fazemos parte falando em mudanças até consideráveis, do ponto que enxergamos no externo, mas sem a mudança no cerne.

Os problemas se perpetuam por essa questão: a mudança só acontece quando enxergamos a parte mais baixa, a base, o início de onde o problema se expandiu. Aí sim podemos saber o que mudar. E investir nisso com tranquilidade, pois se saberá que os resultados virão como consequência.

Mudar é preciso! (Sobre) Viver também é preciso! Não há sobrevida sem revisão constante de onde estamos, como estamos e como queremos estar daqui a uns anos. Isto vale para qualquer cenário e personagem, sejamos nós pessoas físicas e seres humanos na nossa busca incessante de felicidade e plenitude, sejam as empresas, pessoas jurídicas que dependem dessa consciência e ação para viverem de bem com seus mercados, clientes, colaboradores e demais públicos de interesse.

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