As estatísticas sobre gestão de pessoas nas organizações ainda são desprezadas

Venho falando repetidamente sobre a necessidade das empresas direcionarem seus olhares para os aspectos da gestão de pessoas e lideranças.

As pesquisas e dados estatísticos dos últimos anos comprovam essa necessidade de ampliação da visão de quem dirige o negócio. Citarei duas pesquisas globais que têm norteado os novos discursos na área de RH e minha força de trabalho:

  1. Empresas contratam pessoas sempre com foco no seu currículo técnico e experiência (entre 85 e 90%) e demitem quase 100% pelo comportamento/atitude.

  1. Profissionais estão deixando as organizações por não admirarem mais os líderes que as comandam. A premissa contrária também vale: um dos maiores pontos de retenção hoje, além das boas condições de trabalho, oportunidades, reconhecimento e tudo mais que as empresas têm a obrigação de oferecer se querem ter boas pessoas no quadro, é ter um líder inspirador. E inspiração aqui não está calcada somente naquela figura carismática, mas em gestores que sejam exemplos profissionais sob vários aspectos e que sejam modelos para jovens que querem seguir carreira no papel de gestão.

 

Além de olhar para esses pontos em separado, o que já não é um problema pequeno, peço que entendam que o ponto 2 está impactando diretamente no 1, já que gerenciar comportamentos e atitudes das pessoas é papel da liderança/gestão. E eles não estão prontos para isto, pois não sabem nem gerenciar sua própria Inteligência emocional.

Isto é grave: pois temos o custo alto da contratação, do investimento, do tempo despendido e das expectativas criadas, e as pessoas estão sendo desligadas sumariamente sem um trabalho de reconstrução de posturas, comportamentos e atitudes.

Enquanto o trabalho com lideranças não for tratado como estratégia do negócio, não precisamos gastar nosso tempo e energia falando em retenção. O ciclo vicioso de pessoas e lideranças nas organizações só será rompido quando as empresas decidirem colocar foco na estratégia de transformar as práticas de liderança que vem sendo adotadas.

 

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